Dupla de imunologistas vence o Nobel de Medicina por pesquisa sobre imunoterapia para câncer
Os imunologistas James P. Allison, dos Estados Unidos, e Tasuku Honjo, do Japão, ganharam o Prêmio Nobel de Medicina 2018 pelos trabalhos que desenvolveram para o tratamento de câncer. Eles descobriram que o sistema imunológico do corpo pode ser aproveitado para atacar as células cancerígenas.
Os dois vão dividir o valor de 9 milhões de coroas suecas, o que corresponde a cerca de R$ 4 milhões. O anúncio foi realizado na manhã do dia 1º de outubro pela assembleia do Nobel no Instituto Karolinska, na Suécia.
O Instituto Karolinska (em sueco, Karolinska Institutet ou KI) é uma das maiores faculdades de medicina da Europa.
Enquanto no último século a imunoterapia contra o câncer fez avanços “modestos”, os co-vencedores do Prêmio Nobel de Medicina 2018 revolucionaram a área, oferecendo aos pacientes uma nova esperança, explicou a Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska em Estocolmo.
“Estou honrado por receber este prestigioso reconhecimento. Uma motivação para os cientistas é empurrar as fronteiras do conhecimento”, ele disse. “Eu não comecei a estudar o câncer, mas a entender a biologia das células T, células incríveis que viajam pelo nosso corpo e trabalham para nos proteger.”
Tasuku Honjo, professor de imunologia da Universidade de Kyoto, descobriu a proteína PD-1, que também funciona como um freio para os tumores.
James P. Allison, de 70 anos, professor de imunologia no Centro do Câncer da Universidade do Texas, e Tasuku Honjo, 76 anos, professor da Universidade de Kyoto, já haviam recebido em 2014 o prêmio Tang, apresentado como a versão asiática do Nobel.
No ano seguinte, James P. Allison recebeu o prêmio Lasker na categoria de pesquisa clínica.
Eles descobriram as estratégias das células cancerosas para contornar as defesas do organismo e especialmente a sua capacidade de captura de proteínas PD-1 e CTLA-4, chamadas de “checkpoints imunitários”, para neutralizar as células T que as combatem.
Os estudos dos imunologistas levaram na criação de medicamentos que “desligam” a fuga pela células do câncer, permitindo que o sistema imunológico consiga combatê-las. Os tratamentos possuem efeitos colaterais, mas apresentaram resultados eficazes até em casos de câncer em estágio avançado.
Esta descoberta permitiu desenvolver uma nova classe de tratamentos que se mostraram eficazes contra o melanoma, um câncer de pele muito agressivo, com uma taxa de mortalidade de 50% dos pacientes dentro de um ano após o diagnóstico. Hoje os pacientes têm remissões de mais de dez anos.
“Essa é uma boa notícia para todos, especialmente para os doentes (…) É uma revolução equivalente à chegada dos antibióticos”, comentou Eric Vivier, pesquisador do Inserm.
Instrumentadoras de Plantão
Fontes:
Portal Galileu
Portal Aleteia