Cuidar bem, de quem cuida bem

Falamos tanto de cuidados com o paciente, segurança do paciente, cirurgia rápida e segura e tantos outros temas sobre como melhorar a vida das pessoas. Mas e quem cuida da saúde das pessoas que cuidam da saúde ?

Hoje temos um artigo muito interessante, cedido pelo Dr. Silvio de Jesus, que é Doutor em Psicanálise, Neuroterapeuta, Coaching, PNL. Especialista em Neurofeedback e TDAH e Instrumentador Cirúrgico.

Vemos tantas pessoas lutando pela vida diariamente, que inevitavelmente isso de alguma forma acaba sendo incorporado pela nossa mente. Sendo assim, é importantíssimo cuidar de nossa saúde física e mental para poder continuar ajudando pessoas todos os dias. Então aproveite esse artigo esclarecedor !

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É necessário compreender que a formação dos profissionais integrantes da equipe de saúde tem se dado no sentido de estar preparado, essencialmente, para a promoção e preservação da vida e, nesse contexto, dentro do hospital, o auxílio da tecnologia também faz parte deste aprendizado diário, em que formulam e reformulam seus conteúdos e suas práticas. Todo esse conjunto de experiências diárias pode tornar latentes, para os alunos (residentes, instrumentadores, estagiários), seus sentimentos de impotência diante do não solucionável. E por isso atualmente se discuti muito questões relacionadas à como realizar procedimentos corretos, técnicas assépticas, administrar medicamentos adequados e o motivo pelo qual as terapêuticas fracassam e poucos são os espaços que questionam os sentimentos e as percepções destes profissionais.

Sabe-se que também são raras as oportunidades de conversa entre os profissionais de saúde; principalmente cirurgiões e equipe médica, sobre seus medos, culpas, inseguranças, angústias e outros sentimentos que surgem no cotidiano da relação médico / equipe médica / paciente; ainda hoje se segue o discurso da impessoalidade e do distanciamento de fatos que cotidianamente se enfrentam nas práticas diárias; como: ansiedade, depressão principalmente. Afinal, toda a capacitação dos profissionais de saúde é para a cura, que traz gratificação do aprendizado e recompensa o esforço realizado. Entretanto, quando transtornos como ansiedade e depressão se apresentam, traz para estes profissionais uma sensação de frustração e um sentimento de incapacidade, pois existe um despreparo em lidar com suas próprias emoções; simplesmente por desconhecerem os sintomas e ou vergonha em pedir /dizer que precisa de ajuda. Para o controle de tais fobias; transtornos envolvem uma decisão e uma estratégia, ou seja, escolher enfrentar, e como será enfrentado; pode ser mudando a forma como pensamos, relaxando exercitando a respiração ocupando sua mente com frases positivas, e terapias.

O que é Ansiedade? (Sintomas Psicológicos)

A ansiedade está ligada diretamente com o nosso sistema mental, por isso, a maioria dos sintomas não são nítidos; não são sentidos na pele, mas sim, psicologicamente.

  • Medos Irracionais:um dos fatores que poucos conseguem observar ligação com a ansiedade é o medo que alguma pessoa tem de animais, de voar ou de até mesmo estar em meio a uma multidão. Pode parecer apenas uma simples fobia, mas quando ela se torna exagerada, já cai na categoria de transtornos; você se torna incapaz de fazer mais do que sua mente te delimita;
  • Autoconsciência:não são todas as pessoas que tem a desenvoltura de chegar em alguma festa e conversar com todos, beber, comer sem ao menos sentir que está sendo inconveniente. A autoconsciência começa a se tornar um mal assim que a pessoa se sente tão inconveniente de realizar uma tarefa, que desiste dela, tremem, se avermelham, suam;
  • Lembranças ruins:se você já passou por alguma situação/evento que marcou a sua vida de maneira negativa, algo realmente traumático e que costuma lembrar em certas ocasiões, completamente normal. Mas isso se torna parte de um transtorno de ansiedade à partir do momento que esse “Flashback” começa a aparecer constantemente em sua mente;
  • Preocupação/perfeccionismo:esse sintoma aparece geralmente em pessoas que vivem em constante pressão na vida, pessoal ou profissional, e querem que tudo saia conforme (ou melhor do que) tinha planejado. O perfeccionismo é tanto que tais pessoas nem se dão conta de que toda essa preocupação para algo dar certo é na verdade uma ansiedade para ouvir opiniões positivas de quem as julgam.

Esses são apenas alguns dos mais comuns em dias atuais. Entretanto, podia citar dezenas de outros sintomas, como: pânico, vergonha de sair (ou falar) em público, compulsividade e muitos outros.

Tipos de Ansiedade:

Ansiedade Generalizada – Pessoas que se preocupam com tudo em sua volta, mesmo que essas coisas sequer mudem algo em sua vida. É considerado ansiedade generalizada à parir do 4 mês agindo de tal modo;

Ansiedade Social – Pessoas que temem a interação social, que não se sentem bem quando está com pessoas (estranhas ou familiares). Pode parecer loucura para alguns, mas para outros isso é bem sério e afeta muito;

Transtorno de Ansiedade – Está diretamente relacionado com síndromes, fobias, estresse excessivo, transtorno de obsessão, distúrbios, TOC, enfim tudo que não permitem que uma pessoa possa viver em paz com outras (ou consigo mesmo);

Crise de Ansiedade – Os sintomas da crise de ansiedade são mais físicos. Então, pode ser considerado como sintomas dessa crise: suor frio, atropelamento de falas, boca seca. Ou seja, tudo o que é relacionado com sentimentos físicos, considera-se como crise;

Ataques de Ansiedade – Conhecido popularmente como “Crise de Existência”, os ataques de ansiedade acontecem quando começamos a nos perguntar o porquê de tudo: “Por quê estou vivo”, “E se eu me matar?”, “Será que vou enlouquecer?”, “E se eu passar vergonha?”.

Tratamentos consistem em: sessões com psicólogos, terapeutas, além da inclusão de medicamentos tipo: Ansiolíticos, Antidepressivos, Anti Psicóticos, e ou métodos naturais para controlar a ansiedade tais como: Suco de maracujá, alface, chá de camomila, raiz de valeriana e chá de kava-kava; Banho morno, mensagens de afeto, interação social e apoio moral.

 O que é Depressão?

Depressão é um termo utilizado na psiquiatria para designar um transtorno de humor, uma síndrome em que a principal queixa apresentada pelos pacientes é o humor depressivo e às vezes irritável, durante a maior parte do dia.

A depressão é uma doença ou um distúrbio afetivo, atingindo a autoestima, também o sentimento de inferioridade, tristeza, pessimismo, combinando entre si e aparecendo com extrema frequência. A depressão pode aparecer em diversas idades desde adolescentes ate idoso, e por diversos motivos. As funções psíquicas e a motricidade do indivíduo com depressão ficam mais lentas, além de haver diminuição da capacidade de atenção e concentração.

Diferente do que pensam muitas pessoas a falta de sociabilidade e interesse social não são causas da depressão e sim uma consequência da doença que já existia. Sintomas que podem ser detectados são: Ansiedade, angustia, falta de interesse social; Desanimo; Humor depreciativo; Sentimentos de medo, indecisão.

O aparecimento da depressão pode se dar a fatores como: Social, Químico e Biológico.

depressão e a ansiedade são os transtornos psíquicos mais frequentes encontrados na sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é uma das principais causas de incapacidade no mundo, sendo que o suicídio associado à depressão faz cerca de 850.000 vítimas anualmente.

Depressão afeta 41% dos profissionais de saúde, podendo levar à dependência química e ao suicídio.

Os médicos e profissionais de saúde são motivados pelo desejo de salvar vidas, mas há peculiaridade da profissão e os riscos que envolvem, tais como: “Falta de condições de trabalho, excesso de carga horária, a tensão da relação médico-paciente são alguns fatores que aumentam a vulnerabilidade do médico em relação a outras profissões. É alguém que precisa conviver com a frustração de não ter salvado uma vida. Às vezes é necessário deixar a vergonha de lado e procurar ajuda. “Nenhum médico é obrigado a saber toda a medicina, nenhum enfermeiro é obrigado a saber tudo de enfermagem, etc.”, a depressão é a doença mental mais comum entre os médicos e profissionais de saúde, “Todos são suscetíveis a patologias de ordem mental, principalmente aqueles que não se cuidam”. É importante lembrar que o remédio cuida do sintoma, mas as causas precisam de atenção na psicoterapia.

No senso comum, por exemplo, a depressão é confundida com episódios de tristeza e desventuras da vida. Todo esse contexto de preconceito falta de informação e tabu agrava a busca por ajuda quando o doente é o médico e ou profissional de saúde. Problemas de ordem mental ainda são vistos como motivo de vergonha. Enquanto isso, pessoas têm suas vidas desestruturadas, muitas tentam se matar para amenizar o sofrimento e outras tantas conseguem.

Instrumentador (a) Cirúrgico (a), o Centro Cirúrgico é considerado um ambiente altamente estressante tanto para a equipe que trabalha no local, quanto para o paciente. Mas esta situação reflete no processo de ensino-aprendizagem de todos inseridos neste meio. Aprendemos sempre com a equipe interdisciplinar médico-cirúrgica e de enfermagem, como já sabido o instrumentador cirúrgico é de tamanha relevância durante o procedimento cirúrgico, e dada importância e responsabilidade que este profissional assume por vezes se depara com alguns fatores que interferem diretamente na referida prática, como o nível de ansiedade, o medo, a insegurança, a complexidade da técnica praticada e do próprio centro cirúrgico. Essas reações emocionais são observadas de forma significativa inicialmente no laboratório de aula durante seu curso de formação, em situações simuladas que o aluno treina de forma repetitiva os procedimentos que irá realizar posteriormente no campo de estágio.

Soma-se a isso a necessidade de aprender e de realizar um procedimento novo, intensificando o aparecimento da ansiedade e tornando o estudante inseguro, assustado e ansioso.  Portanto; ao iniciar o estágio teórico-prático você apresentar medo, angustia e ansiedade de forma a interferir em sua prática, comunique seu supervisor, peça e procure ajuda; pois elevados níveis de ansiedade e estresse além de tornar mais difícil a aprendizagem, causam um efeito substancial sobre a atenção, com a possibilidade de levar a erros, falta de concentração e de atenção.

Não há motivos para pânico, decepção e desanimo você escolheu trabalhar na área de saúde, sinta-se feliz; pois terá a oportunidade ímpar de evoluir a cada dia, testemunhando momentos e experiências únicas. Acredite em si e descobrirá que você pode controlar as emoções e a cada procedimento adquirir autoconfiança suficiente para superar todos os obstáculos.

MOTIVAÇÃO, FORÇA DE VONTADE, CONFIANÇA, INICIATIVA, OTIMISMO; essas palavras são a base para suas conquistas.

Estejam sempre convictos de que, quando precisarem, receberão ajuda, simplesmente pela gratidão de um aprendizado.

 

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Enfim, também precisamos de cuidado não é mesmo ? Então, consulte regularmente seu médico, faça revisões periódicas de saúde e consulte sempre um médico ou terapeuta especializado para ajudar a cuidar da sua mente. Saúde sempre !

 Instrumentadoras de Plantão

2 comentários em “Cuidar bem, de quem cuida bem

  1. Muito interessante essa matéria supra citada pelo Dr. Silvio. Doenças do século. Muitas pessoas sofrem desses problemas e muitas das vezes não têm conhecimento da mesma. Ocasionando assim transtornos que acabam muita das vezes atrapalhando o cotidiano dessas pessoas infelizmente. Por isso e muito interessante o diagnóstico o quanto antes de um profissional.

    1. Olá Ana Beatriz !! Obrigada por nos acompanhar !! Perfeita sua colocação e é importante que as pessoas tenham estas informações para poder efetuar acompanhamento regular e correto.

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