A Primeira Anestesia com Éter

Foi no Hospital Geral de Massachusetts, em 1846, que William Thomas Green Morton (1819-1868) usou com reconhecido êxito o éter pela primeira vez. Morton iniciou sua carreira como dentista e, mais tarde, matriculou-se na Escola de Medicina de Havard, onde o químico Charles Jackson forneceu-lhe o éter, assegurando que a substância poderia aliviar a dor.

Após conduzir experiências em cães, no dia 30 de setembro de 1846, Morton anestesiou um paciente antes de extrair-lhe o dente e a novidade foi publicada no Boston Daily Journal. O diretor do Hospital Geral de Massachusetts, o cirurgião John Collins Warren, permitiu que Morton usasse éter no hospital.

Primeira anestesia com éter (1894) Robert C. Hinckley (1853 – 1940). Óleo sobre tela, 243 x 292 cm. Biblioteca Médica de Boston. (Cambridge).

A pintura acima retrata a experiência ocorrida em 16 de outubro de 1846. Morton anestesiou, perante numerosa platéia, o jovem paciente Edward Gilbert Abbott, que caiu em sono profundo, enquanto Warren extraiu-lhe um tumor da mandíbula. Abbott acordou pouco depois do corte ter sido fechado e declarou não sentir nenhuma dor. Naquele momento foi constatado que se havia descoberto e provado perante inúmeros médicos e demais presentes um meio de anestesiar um ser humano, a ponto de permitir qualquer procedimento cirúrgico, por mais doloroso que fosse. O uso do éter como anestésico foi publicado dali a um mês, começando a ser usado em Londres no mês seguinte.

Morton ganhou a fama como “eterista”, mas a luta que travou com o Congresso americano para ser recompensado financeiramente por seu feito, e a ação de indenização que lhe moveu seu ex-professor Charles Jackson – que ensinou a Morton a ação do éter como anestésico – , fizeram-no enlouquecer. Morton morreu correndo, na miséria e sem destino, nas proximidades do Central Park.

No cinema: The Great Moment (1944) é um filme biográfico da Paramount Pictures dirigido por Preston Sturges. Baseado no livro The Triumph Over Pain ( 1940 ) de René Fülöp-Miller, o longa-metragem narra a história de vida e a contribuição à anestesiologia de William T. G. Morton.

REFERÊNCIAS:
1. BEZERRA, Armando “Admirável mundo médico: a arte na história da medicina” – Brasília, 2002
2. MARGOTTA, Roberto “História Ilustrada da Medicina” Editora Manole – São Paulo, 1998.
3. Wikipédia – William Thomas Green Morton

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