Acredito que estou um tanto quanto atrasada com esta resenha,  mas tudo bem o Blog só nasceu esse ano, rs. The knick estreou no Cinemax em 8 de agosto de 2014.

Quem ai gosta de House? Levanta a mão!! Eu amo, mas não vai esperando que é a mesma coisa, em The Knick não encontramos aquela simpatia e otimismo. Mas juro que a série é boa!!

O enredo da série se passa na cidade de Nova York no ano de 1900, no Hospital Knickerbocker, onde operam alguns cirurgiões inovadores, enfermeiras e funcionários que trabalham diariamente tentando superar as limitações da prática médica daquela época, onde as taxas de mortalidade eram gigantescas.

O médico principal é o  Dr. John Thackery (parcialmente baseado na figura histórica de William Stewart Halsted), ele é recentemente nomeado o novo chefe do serviço de cirurgia,mas como nada são flores nessa vida ele luta com seu vício em cocaína e ópio e sua ambição por novas descobertas médicas e reconhecimento de seus pares.

Já o Dr. Algernon Edwards, um cirurgião negro educado em Harvard e treinado na Europa (parcialmente baseado na história de Marshall Taylor), deve batalhar para obter respeito no meio da população de apenas pessoas brancas do hospital (imaginem só o coitado), assim como da cidade racista.

Enquanto ainda luta, literalmente, para manter as luzes acesas, o hospital tenta atrair a clientela mais rica sem sacrificar a qualidade do cuidado.

Esse ai é o enredo da coisa toda, mas vamos lá falar o que eu achei!!

Dr Thackery é um médico genial mais extremamente antipático, como já disse acima é ele quem comanda o setor de cirurgia do Hospital.Dr. Algernon é seu assistente e ele é um negro ( pra mim Ok, mas para a galera daquela época foi um absurdo), o cara é bom mas para os olhos dos outros não é o máximo não! Temos também conflitos coma  administração onde os que doam dinheiro querem se intrometer em tudo com suas exigências.

Mas como já tinha mencionado lá em cima quem nem tudo são flores, Dr. John Thackery tem que gerenciar brigas na sua equipe, gerenciar relacionamentos proibidos e o pior do pior ….ele é mega viciado em medicação controlada.

Tá bom pessoal, já vejo vocês falando que é copia do House! É parecido não é?! Não é não!!!

The Knick foi fotografado, dirigido e produzido por Steven Soderbergh, e eu acho que depois de tudo que eu escrevi já tinha a sua curiosidade e agora passo a ter a sua atenção, né não? rs

Sabe aquele enredo que eu contei lá em cima? Vem comigo que a coisa tende a ficar melhor nas próximas linhas….

Como vocês já sabem, se passa no ano de 1900, no Hospital Knickerbocker que foi apelidado de Knick, este Hospital existiu mesmo em Nova York entre os anos de 1862 e 1979.

O personagem principal é o Dr John Thackery, mas se você for realmente seu amigo vai chamá-lo de Thack, mas será que ele tem algum para chamar de seu?  O coitado na verdade até tem um amigo aqui e outro ali, mas já no primeiro episódio seu amigo e mentor no hospital se suicida, pois já está desiludido de não conseguir resolver um problema de placenta prévia, que é um caso que requer cesárea de emergência.

Imaginem só naquela época o quão problemático e difícil era fazer uma cesárea?! Naquela época as melhores que eram feitas eram aquelas onde se conseguia salvar a criança, ou seja, a mãe morria. Mas na verdade, na maioria dos casos mãe e criança morriam por hemorragia.

Thack tem seu candidato para seu antigo posto preterido pelo Conselho do Hospital. E é ai, que os personagens começam a aparecer. Surge Cornelia Robertson, a linda e loura e muito caridosa, toda moderna e cheia de idéias que para aquele época eram um completo absurdo. Ela acredita no serviço social, na assistência médica para os pobres e o pior e que dava arrepios na população rica daquela época, ela acreditava na igualdade racial.

Surge também o Dr. Algernon Edwards, que é empurrado garganta abaixo do Dr. Thack, pois ele é obrigado a aceitar a inclusão do Dr. Algernon em sua equipe.

Dr Algernon, é um cirurgião excelente, estudou na Europa, tem passagem por vários hospitais maravilhosos, e também ajudou em alguns trabalhos científicos como co-autor, mas se você juntar lê com crê vais ver que temos alguns problemas ai, não é?! Pois primeiro que ele era negro, tinha a tonalidade de sua pele errado para aquele tempo (coitado era como se ele fosse um ET) e depois ele entrou por “QI”, então imaginem a alegria da galera! os outros médicos ficam indignados, é inadmissível um negro, que até poucos anos atrás era basicamente propriedade, estar ali como um igual. Thack também não gosta, mas a questão pra ele se resume à questão do pistolão e do conflito que isso gerará na equipe. Mas na verdade ele pessoalmente ele está pouco se lixando pra cor do Dr Edwards.

Mesmo não estando nem ai para a cor do Dr. Edwards, ele acaba colocando ele [para fazer trabalho de enfermeiro, para colocá-lo longe das cirurgias e até mesmo longe dos pacientes, mas em um belo dia Dr. Edwards acaba participando de uma intercorrência dando uma sugestão bem útil, fazendo com que o Tack repense se não vale colocá-lo na equipe mesmo deixando todo mundo irritado.

Não vá pensando que só fica nesse mela mela, não. The Kinick tem cenas que chocam, mas que naquela época eram super cotidianas, temos médicos sem luvas e sem máscaras, anestesias feitas com Éter, e além de procedimentos que parecem das cavernas, como estourar com apertões os cistos dos rins, mas temos que lembrar que tudo isso se passa no ano de 1900, que foi o auge do conhecimento e também o auge da tecnologia na área médica. Tanto que no funeral de seu amigo Tacky faz um discurso muito emocionado sobre os aprendizados que estavam vivenciando, sobre a evolução da ciência e tecnologia.

Uma coisa que é super comum para nós hoje em dia, surge como uma maravilha sem limites, que é uma máquina de raio x, mostra também que o hospital esta começando a receber energia, que já possui telefones, a nova era está chegando.

Com essa nova era chega a Cocaína, que deveria ser apenas um anestésico local super moderno, que além de aliviar a dor deixa o paciente bem “relaxado”facilitando qualquer procedimento que precise ser feito. Mas infelizmente, Tacky não pensa assim, pois ele não vive sem ela.

Calma, pessoal ele também não fica se injetando a todo momento, nos momentos que ele necessita da droga ele passa para um novo núcleo, que é Chinatown, onde ele é o cliente Vip de uma casa onde as damas locais trocam favores por dinheiro ( vocês me entenderam, né?) lá o Ópio é consumido em quantidades gigantescas.

Voltando para a parte triste dá série, tenho certeza que vocês estão se perguntando, caramba tem mais? Tem sim!

Dr. Edwards não aguenta mais, e quer ir embora, ele esta super acostumado coma  Europa, onde ra apenas uma pessoa comum de segunda classe e por conseguir se adaptar ao Knick onde era tratado como um sub-humano. Sério, é triste a forma como é colocado o racismo naquela época, mas infelizmente é algo real, que foi documentado.

Vocês lembram que eu disse que o Dr. Edwards entrou no hospital por causa de “QI”, então sua família trabalha para a família de Cornelia Roberts a muito tempo, e sempre trataram a família de Edwards com muita educação, respeito, o que fez com que Edwards e Cornelia crescessem juntos, recebendo a mesma educação, alias quem paga os estudos de Edwards na Europa são os pais de Cornelia.

Mas ele resolve ficar, no momento em que Thacky salva uma paciente com um equipamento criado por ele. E enfim Dr . Edwards solta a seguinte frase,  “Não vou deixar este circo até aprender tudo que você tem a ensinar”. Como Thackery faria mais adiante, Edwards colocou a curiosidade científica na frente do orgulho.

Gente, mas não pensem que tudo fica girando em torno do hospital, temos muitas tramas paralelas, se eu ficar aqui contando perde a graça, mas só para deixar mais um gostinho, temos um administrador que desvia dinheiro do hospital para pagar dívidas como um “poderosão”, temos também a enfermeira pudica ( que de pudica não tem nada), uma freira que faz um trabalho meio feio mandando bebês direto para Jesus e além disso ela também fuma, ah tem também o “motocheiro” (motorista + cocheiro), que ganha um a mais por cada paciente que ele leva para o hospital.

Juro que vale muito assistir, muitas descobertas, mostra como algumas técnicas surgiram, sério procurem e assistam, espero que gostem como eu!

A parte técnica fica com a direção de Soderbergh, e posso falar mais uma coisa ele foi maravilhoso e mandou muito bem. A cenografia é excelente, a produção colaborou com museus e historiadores para reproduzir equipamentos e procedimentos de época. O trabalho de próteses também é ótimo. A imersão e reconstituição de época são tão boas que a gente estranha não ser tudo em preto-e-branco.

Clive Owen (LINDO) está arrebentando como Thackery, foi muito corretamente indicado ao Globo de Ouro de melhor ator por isso. Andre Holland está passando a dose certa de indignação e resignação. Seu Dr Edwards não quer mudar o mundo, mas gostaria que isso acontecesse. Infelizmente vive em um tempo onde discriminação racial é tão normal que em nenhum momento ouve-se o termo “racismo”.

O resto do elenco de apoio também manda muito bem, especialmente Cara Seymour (freira), e Chris Sullivan ( motocheiro). A química entre eles é excelente!

E para finalizar…

The Knick não é uma paródia nem ridiculariza a tecnologia da época e também não idolatra ninguém. Mostra claramente que as pessoas boas, também tem um lado que também não é muito bom, e que as pessoas ruins tem algo interessante a mostrar.

Puts, na verdade é uma série sobre pessoas em geral, algumas desbravando a medicina, outras tentando sobreviver, e outras apenas brincando de fazer raio X, rs, super normal, não acham?!

A única pena de tudo isso é que tivemos apenas 2 temporadas! =(

Obs: Essa é a resenha da primeira temporada!!