E o segundo dia do 1º Fórum 3M Hospitalar começou !!! Depois de muito conhecimento no primeiro dia, agora o assunto é CME – Central de Material e Esterilização e os palestrantes sem dúvidas foram além !! Vamos saber um pouco do que eles disseram:
Clóvis de Barros Filho
Conferência de abertura:
Clóvis de Barros Filho
Doutor e livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da USP.
Palestrante há dez anos no mundo corporativo e consultor.
Tema: “A vida que vale a pena ser vivida”
Professor Clóvis, deu uma verdadeira aula, cheia de reflexões, sobre vida e felicidade. Primeiramente discorreu sobre como definimos nossos objetivos de vida. Como saber para onde vamos ? Primeiro precisamos saber onde estamos ! Sabendo-se onde se quer chegar, facilita muito o trabalho de traçar o caminho, que normalmente é a parte onde as pessoas acabam tendo mais dificuldades e por vezes se perdem por não saber definir seu trajeto. Sobre a felicidade, Professor Clóvis refletiu sobre todos os pontos da vida do ser humano. Cada instante da vida, é importante e não volta mais depois de passado. Por isso se chama passado. Desta forma é vital que cada instante da vida seja especial, as pessoas não podem viver esperando a hora do “happy hour”. Se a pessoa não é feliz nos instantes em que está no trabalho, então este trabalho não é para esta pessoa. Sendo assim, cada indivíduo precisa realizar projetos que o satisfaça, assim cada instante se tona especial e isso se tonar mais uma contribuição para a felicidade. A vida é composta de situações planejadas e situações surpresa, sendo 50% de tempo para cada tipo. As situações planejadas são mais fáceis de administrar porém as situações surpresa também existem e a sabedoria precisa estar presente na vida de cada um para saber lidar com estas situações da melhor forma possível, a fim de fazer com que até isso contribua para a felicidade. Foi realizada a reflexão sobre o que é uma vida bem sucedida. Ser bem sucedido é muito relativo, e cada indivíduo sabe o que é ser bem sucedido para si mesmo. O sucesso não se resume em bens materiais acumulados durante a vida, mas sim em instantes vividos de maneira feliz. O “pleno desabrochar do ser humano” é alcançado através da excelência e para tanto é necessário estar em “terreno propício”, ou seja, fazer o que se gosta. A distribuição de conhecimento é outro ponto colaborativo para a felicidade. Outra reflexão que se faz necessária é que trabalhar, é diminuir a angústia de alguém. Isso vale para todo o tipo de trabalho, não apenas para os profissionais da área da saúde. Claro que isso se faz mais evidente na área da saúde, pois este vive para o outro. O restante é consequência, como salário e crescimento profissional por exemplo. O fundamento do trabalho na área da saúde a ajudar o próximo, se preocupar com o próximo, preservar o próximo, assim como ensinou Jesus Cristo, que independente de religião, foi um dos grandes filósofos da história da humanidade. Alegria é o máximo de potência que se pode alcançar e utilizar a inteligência é parte desta potência. Inteligência traz inovação e inovação possibilita o desenvolvimento da Ciência, para que essa possa ser aplicada à vida. A pergunta que temos que nos fazer constantemente é: você gostaria que esse instante de prolongasse ? Se a resposta for sim, então você está no caminho certo rumo aos seus objetivos. Excelência, Amor, Alegria e Ética, esses são fundamentos da vida que vale a pena ser vivida.
Roberta Meneses Oliveira, PhD
Roberta Meneses Oliveira, PhD
Enfermeira Doutora em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde/ UECE.
Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará – UFC.
Líder do Grupo de Pesquisa em Gestão do trabalho e dos processos organizacionais em Saúde e Enfermagem.
Membro da Rede Brasileira de Enfermagem em Segurança do Paciente – REBRAENSP – núcleo Ceará.
Tema: “Ética e segurança do paciente: um olhar para o trabalho da CME.”
A Dra. Roberta, abriu sua fala com o assunto da atitude do ser humano frente à segurança do paciente. É necessário agir com moralidade para assegurar a segurança do paciente, em todas as áreas do hospital ou da entidade de saúde, pois existe um ser humano que necessita de assistência à sua saúde. O princípio ético mais importante é o Respeito pelas Pessoas. Citou ainda a Aliança Mundial para Segurança do Paciente, onde a OMS e os países participantes se comprometem com as melhores práticas de segurança ao paciente.
A reflexão sobre o erro humano, nos remete a entender que o erro humano não é intencional. O erro pode acontecer por diversos fatores, adversos à vontade da pessoa. No livro “Errar é humano” ( To err is human – KOHN, L. T.; CORRIGAN, J. M.; DONALDSON, M. S.) contendo o relatório do Institute of Medicine dos Estados Unidos da América, publicado em 2000, um grupo de especialistas discute os principais componentes do sistema de saúde norte-americano que podem conduzir a eventos adversos, sendo que alguns destacam-se como freqüentes e potencialmente fatais.
Outro ponto de destaque é falha de comunicação entre os profissionais. A comunicação é fator essencial para aumentar o grau de segurança ao paciente, porém, já de longa data, os problemas de comunicação entre as pessoas persiste.
O erro, no Brasil, ainda é entendido de maneira destrutiva entre as pessoas. Nossa cultura não entende o erro como oportunidade de aprendizado e melhoria, o que complica ainda mais a evolução dos processos de segurança ao paciente. O erro ainda contribui para o desentendimento na convivência entre as pessoas. Outro ponto para refletirmos: podemos mudar nosso ângulo de visão para entender o erro como oportunidade de melhoria. Isso em conjunto com todos os envolvidos que podem contribuir com suas experiências e valores.
Enfermeira Kazuko Uchikawa Graziano, PhD – Mediadora
Enfermeira Lia Jeronymo Romero
Enfermeira Ligia Calicchio
Enfermeira Carmen Pozzer
Enfermeira Kazuko Uchikawa Graziano, PhD
Coordenadora Pedagógica do Curso MBA/CME – INESP e Professora Titular Sênior do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da USP.
Enfermeira. Pesquisadora docente do Depto de Enfermagem Médico Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), desde 1986; atualmente Titular Sênior.
Líder do grupo de pesquisa cadastrado no CNPq “Controle de Infecção relacionada com procedimentos de assistência a saúde: sub-grupo Central de Material e Esterilização ”.
Tema: “Talk Show: Experiências de Práticas Seguras no Complexo Cenário de CME”
O talk show contou com apresentações de profissionais altamente qualificados e atuantes em CME, esterilização e Segurança do Paciente. Vários assuntos foram abordados, como os custos com processos e equipamentos para manter a CME como departamento lucrativo para o hospital. O planejamento financeiro precisa ser muito bem elaborado para que o departamento se mantenha rentável. Seus custos são de fato muito altos, mas o bom planejamento financeiro é a solução para esse assunto. Claro que não é tão simples como muitas vezes imaginamos, é necessária muita dedicação para que essa matemática seja assertiva.
Outro assunto abordado foi a limpeza dos produtos para a saúde. A limpeza, antes de qualquer processo de esterilização se faz indispensável para os produtos utilizados na área da saúde. Qualquer tipo de sujidade pode gerar consequências drásticas para o paciente. O ponto mais crucial neste processo é a sujidade que não pode ser visualizada, mesmo com o auxílio de lentes de alta resolução. Desta forma, a validação dos processos de limpeza é fundamental para que ao passar pelo processo de esterilização, os produtos estejam de fatos limpos, para minimizar qualquer risco de dano ao paciente. E mais uma vez, o fator humano tem destaque nesse assunto. O trabalho dos envolvidos na limpeza dos produtos para uso em saúde se torna ponto de alerta para a eficiência dos processos.
E por fim, a logística dos materiais no hospital vem completar o ciclo de atenção com os produtos utilizados em saúde. Cada instituição precisa avaliar corretamente suas necessidades logísticas para definir a melhor e mais ágil maneira do trânsito dos materiais. Este ponto se revela muito peculiar pois cada instituição tem um porte diferente, e desta forma cada caso deve ser estudado individualmente.
Consultora Susan Klacik, PhD (USA)
Consultora Susan Klacik, PhD (USA)
Susan é membro do IAHCSMM (International Association of Health Care Central Service Material Management) desde 1999, possui uma vasta experiência e conhecimento em processo de esterilização de produtos para a saúde, tendo gerenciado instituições de saúde e CME por mais de 30 anos.
Além disso atua como consultora em Esterilização para várias instituições nos USA e é instrutora há mais de 25 anos do CRCST (Certified Registered Central Service Technician), tendo vários artigos científicos publicados.
Tema: “Análise de Riscos em CME: melhoria contínua da segurança dos pacientes”
Segundo a Consultora Susan Klacik, o primeiro procedimento que precisa ser realizado é a análise dos riscos em cada CME. Com base nesta avaliação, é possível determinar as variantes envolvidas em cada processo e logo após o estudo das possíveis soluções.
O ponto chave para o melhor desenvolvimento destes estudos é envolver a equipe que efetivamente atua nas CME´s, pois quem participa do processo tem uma visão mais crítica e analítica dos problemas e possíveis soluções.
Adotar o gerenciamento de processos, ao invés de pessoas, se mostra mais eficiente na questão e melhorando os processos, o paciente está sujeito a menor risco de dano à sua saúde. No Brasil, a cultura de gerenciamento de processos já se estabeleceu em alguns segmentos, porém na área da saúde ainda não evoluiu tanto quanto poderia. É necessário apostar no gerenciamento de processos e evoluir com a participação das equipes envolvidas, gerando segurança e ao mesmo motivação às equipes que conseguem ter melhor percepção do valor de seu trabalho e de suas ideias.
Eliane Molina Psaltikidis, MS
Enfermeira Eliane Molina Psaltikidis, MS
Enfermeira graduada pela Unifesp, mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto da EE-USP e doutoranda pela Pós-graduação em Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Experiência de 11 anos em CCIH e 14 anos em gestão hospitalar.
Atual assessora da Superintendência do Hospital de Clínicas da Unicamp na área de Avaliação de Tecnologias em Saúde e em Qualidade.
Professora em cursos de especialização e MBA.
Tema: “Avaliação de Tecnologias em Saúde ( ATS ): conceitos, princípios e reflexões sobre sua aplicação em CME”
A Enfermeira Eliana iniciou sua apresentação com os três aspectos chave sobre tecnologias em saúde:
- Rápida Inovação;
- Grande impacto nos custos assistenciais;
- Tecnologias do Centro Cirúrgico, em geral, refletem na CME.
Toda nova tecnologia utilizada no Centro Cirúrgico, exige a plena adaptação da CME para que o material possa ser devidamente limpo e esterilizado. Desta forma, uma nova demanda de trabalho surge no cotidiano da CME que precisa levar em conta seu resultado financeiro para permanecer viável. E o novo problema se apresenta: oferta infinita de novas tecnologias versus recursos financeiros finitos.
Por este motivo, antes da decisão pela aquisição de novas tecnologias, se faz imprescindível a avaliação de literaturas a respeito e os impactos clínicos, sociais e econômicos decorrentes da possível aquisição. Essas informações são fundamentais para que o gestor possa tomar uma decisão consciente e devidamente fundamentada para a aquisição ou não de determinada tecnologia. A metodologia indicada para a avaliação é a Pirâmide da Hierarquia das decisões.
Com relação às avaliações de literaturas sobre novas tecnologias, a capacidade crítica do resultados destes estudos precisa ser apurada, para correta interpretação e devidas recomendações. Um excelente recurso de orientação pode ser obtido no site do NICE – National Institute for Health and Care Excellence. Profissionais de todo o mundo utilizar as recomendações registradas no NICE.
No Brasil, temos a A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, onde podemos encontrar as recomendações do SUS para novas tecnologias e medicamentos. O site traz uma variedade interessante de informações, vale a pena conhecer.
Ponto interessante que ainda demanda discussões e diferentes opiniões: qual a vida útil de um instrumental cirúrgico ? A pergunta persiste, porém sem resposta. Não existem estudos conclusivos sobre o assunto e no momento o que se adota é a recomendação dos fabricantes.
Andres Scherson, MSc
Andres Scherson, MSc
Andres é bacharel em Ciências Biológicas pela universidade do Chile, mestre em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Tecnologias de Israel, mestre em Epidemiologia pela Universidade de Valparaiso no Chile.
Além disso, é Membro da Associação de Profissionais de Controle de Infecções (APIC), membro da Sociedade Epidemiologia dos USA (SHEA), membro do Instituto para Melhoria em Saúde (IHI) e Especialista em Assuntos Científicos e Educacionais da Divisão de Prevenção de Infecção da 3M St. Paul/MN.
Tema: “Segurança nos Processos de Esterilização por Peróxido de Hidrogênio Vaporizado”
Andres efetuou sua palestra baseado nas melhores práticas de utilização do peróxido de hidrogênio vaporizado. Demonstrou a correta utilização do sistema esterilizador Sterrad® 100S. O Sistema STERRAD 100S, que utiliza a tecnologia original e inovadora do gás plasma de peróxido de hidrogênio há mais de 18 anos, é referência de pioneirismo em esterilização a baixa temperatura.
Porém o equipamento tem instruções muito específicas para uso. A correta aplicação das instruções de uso é fundamental para que se possa obter os melhores resultados. Caso as especificações não sejam cumpridas, haverá falhas no processo aumentando o risco de danos ao paciente.
Consultora Susan Klacik, PhD (USA)
Consultora Susan Klacik, PhD (USA)
Susan é membro do IAHCSMM (International Association of Health Care Central Service Material Management) desde 1999, possui uma vasta experiência e conhecimento em processo de esterilização de produtos para a saúde, tendo gerenciado instituições de saúde e CME por mais de 30 anos.
Além disso atua como consultora em Esterilização para várias instituições nos USA e é instrutora há mais de 25 anos do CRCST (Certified Registered Central Service Technician), tendo vários artigos científicos publicados.
Tema: “A escolha do Dispositivo de Desafio de Processo adequado: recomendações e boas práticas”
Susan efetuou sua palestra explicando sobre as ferramentas de monitoramento de esterilização com os indicadores físicos e químicos e tão importante quanto, os testes desafio.
Os testes desafio são parte importante do processo de validação da esterilização de produtos para a saúde, pois fundamentam a assertividade do processo. É necessária equipe especializada e dedicada ao processo para que os testes desafio sejam devidamente aplicados. Existe variedade de testes desafio, assim como indicadores, e a escolha do produto aplicado será de acordo com o processo definido.
Enfermeira Maria Virginia Godoy, Phd
Enfermeira Maria Virginia Godoy, Phd
Enfermeira, Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Especialista em CC, CME e RA pela EEUSP.
Professora Adjunta do Depto de Enfermagem Médico Cirúrgica da UERJ. Coordenadora de Normatização e Qualidade da Superintendência de Saúde da UERJ.
Tema: “Como desenvolver uma Equipe de Alta Performance no CME?”
A Enfermeira Maria Virginia, iniciou sua palestra de maneira original e criativa. Pois o assunto abordado é de fato complexo. Enquanto os colaboradores da CME efetuam seu trabalho com a maior precisão possível e administram sua rotina intensa, o gestor precisa equilibrar seu tempo entre a gestão de pessoas, de processos e de finanças. Desta maneira, o tempo destinado ao treinamento e monitoramento do desempenho da equipe pode por vezes não alcançar o máximo de aproveitamento que poderia.
O gestor necessita administrar suas atividades de tal forma a destinar atenção, planejamento e recursos para o devido treinamento contínuo da equipe e aperfeiçoamento, de acordo com as necessidades incorporadas pela inovação. O investimento na equipe é fundamental para garantir a qualidade do trabalho realizado e assim minimizar o risco de danos ao paciente.
E assim, o segundo dia do fórum foi finalizado, na Sala Esterilização – CME, com muitas novidades e temas para reflexão.
Organização fantástica por parte da 3M, pontualidade, local do evento ( Hotel Grand Hyatt ), disponibilidade de recursos, pessoas e materiais impecável !!
Classificação do segundo dia do evento:
Excelente