“Enfermeiras são demitidas por dança diante de anestesiada” – Via Agência O Globo

‘Baile das Enfermeiras’ – Uma análise crítica sobre postura no ambiente de trabalho dos Profissionais da Saúde

 

“Enfermeiras são demitidas após dançarem em sala de cirurgia diante de paciente nua” é o título do artigo de Fernando Moreira, publicado ontem, 28/03/2017,  em O Globo.

O fato ocorreu, de acordo com o jornal “El Tiempo”, recentemente na clínica Santa Cruz, no bairro de Bocagrande, em Cartagena (Colômbia). O vídeo viralizou na internet e segundo nota do hospital, os profissionais envolvidos foram demitidos.

Em primeiro lugar, ressaltamos que o autor da matéria classificou todas as pessoas no vídeo como “enfermeiras”, porém o fato se deu na Colômbia, país que tem denominações diferentes das brasileiras. Desta maneira não podemos assumir que todas sejam enfermeiras, ou auxiliares ou técnicas. Desta maneira é importante entender como profissionais da saúde e não somente como um ou outro cargo.

Este acontecimento nos leva a refletir sobre a postura do profissional da saúde, em especial do Instrumentador Cirúrgico.

O ser humano, tem garantido seu direito de respeito à vida e sua dignidade, mas esses princípios vão muito além de direitos e garantias legais.

A postura do profissional da saúde deve ser sempre condizente com sua atividade, respeitando a vida, a dignidade, a privacidade e a integridade física e moral do paciente sob seus cuidados.

O Instrumentador Cirúrgico, como profissional atuante no Centro Cirúrgico precisa ter em mente que cirurgias podem ter diversos motivos diferentes: cirurgia reparadora, curativa, paliativa ou mesmo estética. Independente da razão que levou o paciente até ali, sempre existe a preocupação por parte do próprio paciente e seus entes queridos com o resultado daquela cirurgia. E principalmente com o decorrer do ato cirúrgico, pelo fato da possibilidade de intercorrências. Preocupação, tensão, ansiedade, expectativa, são sentimentos humanos e a percepção desses sentimentos faz parte da postura profissional.

O Instrumentador Cirúrgico deve zelar pela discrição, prezando pelo menor nível de ruído possível na preparação de seu instrumental e equipamentos. Na maioria das vezes, o paciente já está na sala de cirurgia enquanto o Instrumentador cumpre seus procedimentos preparativos e ainda está sendo anestesiado. Então a percepção de ruídos vai influenciar diretamente no estado de ânimo desse paciente.

Conversar apenas o necessário e em vocabulário apropriado também são imprescindíveis. Além do tom de voz, adequado ao local e à situação. Esta é uma das várias maneiras de demonstrar o respeito pelo paciente e por sua condição, seja ela grave ou não.

O Instrumentador pode se apresentar ao paciente, desde que bem orientado para isso e cumprindo seu dever de discrição e atenção ao paciente cirúrgico em todos os níveis.

A paramentação deve estar de acordo com as regras gerais e também de acordo com as regras da instituição em que se encontra. O ambiente estéril deve ser conservado ao nível máximo de atenção para evitar contaminações. Além de respeitar uma condição de risco médico, a apresentação do profissional impecavelmente paramentado, colabora com a confiança que se tem em determinado Instrumentador.

A concentração, cuidado e atenção do Instrumentador são exclusivas para o paciente, o instrumental e a equipe cirúrgica. Essa é a postura que se espera de um profissional qualificado e comprometido com sua missão. Pois a Instrumentação é muito mais que uma função, ou profissão, é de fato uma MISSÃO. Missão de preparar, cuidar, estar atento aos detalhes para apoiar o ato cirúrgico em sua totalidade e favorecer a recuperação rápida do paciente.

Respeito, valorização da vida, comprometimento, retidão, seriedade. Valores indispensáveis aos que estão no Centro Cirúrgico.

Afinal, para cuidar do ser humano é preciso primeiro “ser” humano.

 Instrumentadoras de Plantão

 

 

 

 

 

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